Carlos Umaña, co-presidente da Associação Internacional de Médicos para a Prevenção da Guerra Nuclear e vencedor do Nobel da Paz em 2017, expressou preocupações sobre o alto risco de uma bomba nuclear ser ativada por erro humano ou pela ação de hackers.
Umanã venceu o Nobel da Paz como parte da Campanha Internacional para a Abolição das Armas Nucleares (ICAN).
O médico costa-riquenho alerta que a corrida nuclear em andamento é “algo incrivelmente perigoso, que coloca todos nós à beira de um precipício”.
Ele destaca que o risco de erros de interpretação e cálculos equivocados é extremamente elevado nos tempos atuais.
Umaña aponta que, nos Estados Unidos, ocorreram mais de 1.000 incidentes envolvendo arsenais nucleares, e em seis ocasiões publicamente conhecidas, o mundo esteve à beira de uma guerra nuclear em larga escala, mesmo em períodos de paz.
Ele enfatiza que em um contexto de guerra, com ameaças nucleares explícitas e várias “linhas vermelhas” já cruzadas, o risco de um cálculo errôneo ou interpretação equivocada é ainda maior.
O ativista pela paz é uma das principais vozes na luta pela eliminação das armas nucleares. Ele ressalta que o uso de uma arma nuclear de alto potencial seria devastador para todo o mundo.
Umaña rejeita a noção de que existem armas nucleares “pequenas”, explicando que uma arma nuclear tática com cerca de 100 quilotons, o equivalente a cinco ou seis bombas de Hiroshima, poderia aniquilar instantaneamente centenas de milhares de pessoas e causar inúmeras feridas.
O vencedor do Nobel da Paz alerta ainda para a terrível síndrome aguda de radiação, que é uma consequência devastadora da exposição à radiação nuclear.
Além disso, Umaña destaca que uma guerra nuclear em grande escala resultaria em dezenas de milhões de mortos e feridos, bem como na liberação de fuligem e escombros na estratosfera, que bloqueariam a luz solar, causando um impacto global.