Pedido da Stapazzoli, que tem sede em Braço do Norte, foi deferido no último dia 16
Uma tradicional fábrica catarinense de embutidos, com mais de 30 anos de história, pediu recuperação judicial. A Stapazzoli, indústria de alimentos que tem sede em Braço do Norte, no Sul do Estado, decidiu recorrer à Justiça para reestruturar os negócios e solicitar proteção contra credores.
A dívida, segundo informações dos autos do processo, está estimada em cerca de R$ 50 milhões. O pedido de recuperação judicial foi deferido na última sexta-feira (16) pelo juiz Luiz Henrique Bonatelli, da Vara Regional de Falências e Recuperações Judiciais e Extrajudiciais da Comarca de Florianópolis.
Fundada em 1990, a Stapazzoli fabrica principalmente produtos à base de carne suína, como torresmo, bacon e linguiças diversas, além de fornecer cortes in natura da proteína. De origem familiar, a empresa cresceu e chegou a empregar 220 funcionários – hoje o volume caiu pela metade –, com faturamento mensal de R$ 12 milhões.
A crise financeira teria começado há cerca de cinco anos, quando a Stapazzoli investiu em uma nova sede. A estrutura, de 4,7 mil metros quadrados, foi erguida com recursos próprios, o que teria afetado o capital de giro. Com isso, “a empresa efetuou vendas muitas vezes com prejuízos e forçou vendas para clientes de risco”, segundo um trecho da petição inicial entregue à Justiça. “Isso elevou as despesas financeiras, aumentou consideravelmente o índice de inadimplência e diminuiu consideravelmente seu lucro, sendo que nos últimos anos trabalhou com prejuízo”, acrescenta o documento.
Diante do cenário, a Stapazzoli diz ter se endividado com “onerosos empréstimos bancários”, o que no fim teria levado a um “círculo vicioso de dificuldades operacionais e comerciais”. Um laudo prévio elaborado pelo escritório Leiria & Cascaes, nomeado para atuar como administrador judicial, sugere que a empresa teria sido vítima de um crescimento acelerado não planejado, saindo de uma estrutura artesanal para uma indústria regional.
Com a decisão, o magistrado deu prazo de 60 dias para a Stapazzoli apresentar o plano de recuperação judicial. É neste documento que a empresa precisa demonstrar como pretende se reerguer das dificuldades financeiras. A coluna tentou, mas não conseguiu contato com um representante da empresa para comentar o assunto. O espaço segue aberto.
Fonte: NSC / (Foto: Reprodução)