Operação policial no Vale do Itajaí combate crimes cibernéticos de R$ 90 milhões

A Operação Mão Fantasma, deflagrada na manhã desta quarta-feira (10), cumpre 32 mandados de prisão preventiva e 55 mandados de busca e apreensão no Vale do Itajaí contra três organizações criminosas de âmbito nacional em crimes cibernéticos. Os mandados estão sendo executados pela delegacia de polícia civil de Ascurra, a partir das Varas Regionais de Garantias de Rio do Sul e de Blumenau.

Até às 9h45 da manhã, 22 pessoas já haviam sido presas.

A ação foi deflagrada em conjunto pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO), por meio do Grupo de Investigação de Crimes Cibernéticos (CyberGAECO), e a Polícia Civil de Santa Catarina (PCSC), pela Diretoria Estadual de Investigações Criminais (DEIC) e Delegacias de Polícia Civil de Ascurra e Turvo.

As organizações criminosas são especializadas em fraudes bancárias, especialmente na prática dos golpes conhecidos como “mão fantasma/acesso remoto” e “falsa central de atendimento”. Além dos mandados no Vale do Itajaí, há dois mandados de prisão preventiva e 18 mandados de busca e apreensão, expedidos pela Vara da Comarca de Turvo, no sul do estado e também nos estados de São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, Bahia, Paraíba e Ceará. Ao todo estão sendo cumpridos 34 mandados de prisão preventiva e 73 de busca e apreensão. 

Foto: Gaeco/MPSC

Entenda os casos  

A primeira investigação, conduzida pela Delegacia de Polícia de Ascurra e que conta com o apoio técnico do CyberGAECO, teve início no final de 2022, após o registro de diversos boletins de ocorrência que relatavam a apropriação de valores de contas bancárias por meio da instalação de aplicativos de gerenciamento remoto, o que permitia aos criminosos controlar os celulares das vítimas e realizar a transferência ilícita de valores.  

O trabalho investigativo começou com a identificação dos principais números de telefone 0800 utilizados pelos grupos criminosos, que simulavam falsas centrais de atendimento de instituições financeiras. 

Na sequência, foram identificados os suspeitos de operar essas falsas centrais e os demais integrantes dos grupos criminosos responsáveis por obter bases de dados de possíveis vítimas, disparar SMS falsos e criar contas correntes em nome de “laranjas” para recepcionar os valores ilegalmente obtidos. 

Estima-se que os investigados desviaram, no período investigado, mais de R$ 5 milhões de vítimas moradoras em Santa Catarina. 

Segundo a investigação, as três organizações criminosas são possivelmente responsáveis por pelo menos 255 furtos e estelionatos, mediante fraude cibernética, apenas no estado de Santa Catarina, mas há possíveis vítimas em todo o país. Ainda de acordo com as investigações, os grupos criminosos teriam possivelmente movimentado, nos últimos 10 anos, cerca de R$ 90 milhões em transações suspeitas. 

Foto: Gaeco/MPSC

Como funciona o golpe:

Persecução Patrimonial  

Além das prisões preventivas e buscas e apreensões, o Poder Judiciário também deferiu o bloqueio de bens, valores e criptoativos de 44 pessoas físicas e jurídicas, a apreensão e o registro de indisponibilidade e restrição de transferência de veículos de luxo, com o objetivo de ressarcimento dos prejuízos às vítimas dos atos criminosos.  

Operação “Mão Fantasma”  

O nome da operação “Mão Fantasma” faz referência a uma das formas de atuação dos criminosos que, após receberem ligações das vítimas na falsas centrais de atendimento, realizavam transferências de valores a partir dos próprios aparelhos das vítimas, sem que elas tivessem conhecimento ou expressassem consentimento em relação ao acesso indevido e criminoso aos seus dispositivos eletrônicos.  

Fonte: O Auditório

COMPARTILHE COM A GALERA