Além dos cinco mortos, o promotor ainda ressaltou outras 14 tentativas de homicídios do réu
No segundo dia de julgamento da chacina em uma creche de Saudades, o Ministério Público atestou sanidade e pediu a condenação do réu.
Na manhã desta quinta-feira, 10, os jurados foram confrontados com detalhes do caso, à medida que o Promotor de Justiça Bruno Poerschke Vieira apresentava suas argumentações.
Durante uma hora e meia de sustentação oral, o Promotor de Justiça expôs aos jurados as provas meticulosamente coletadas ao longo do processo, buscando estabelecer a culpabilidade do réu.
Bruno Poerschke Vieira pediu a condenação do réu por cinco homicídios triplamente qualificados, fundamentados em motivo torpe, meio cruel e emprego de recurso que dificultou a defesa das vítimas.
Além disso, o promotor destacou outras 14 tentativas de homicídio que reforçam a gravidade dos atos perpetrados.
MP reforça pedido de condenação e atesta sanidade do acusado
Uma das peças centrais da argumentação do Promotor foi a apresentação de laudos oficiais que atestam a sanidade mental do réu.
O objetivo era desmontar a alegação de problemas psiquiátricos por parte da defesa, demonstrando que o acusado possuía plena consciência de suas ações.
“Esse homem sabia exatamente o que estava fazendo. Ele planejou minuciosamente o ataque à creche, e isso ficou comprovado durante as investigações”, afirmou Poerschke Vieira.
Chamando a atenção para o perfil do réu, a acusação ressaltou que nos meses anteriores ao ato, ele realizou pesquisas detalhadas na internet sobre armas, chacinas ocorridas ao redor do mundo e serial killers.
“Se ele for absolvido e sair pela porta da frente deste tribunal, voltará a fazer o que mais gosta, que é matar. Por isso, peço para que o condenem pelos crimes que cometeu”, enfatizou o promotor.
Embora o réu tenha optado por não assistir à manifestação do Ministério Público, sua presença foi notada no momento da defesa.
O tribunal viu-se confrontado com os fatos apresentados durante o julgamento, enquanto as famílias das vítimas continuam a lidar com o luto e a dor insuperável.
O Promotor de Justiça concluiu suas argumentações fazendo uma associação entre o nome da cidade e o sentimento compartilhado pelas famílias que perderam entes queridos na tragédia de 4 de maio de 2021:
“Saudades… Saudades do cheiro, do abraço, do sorriso. Saudades das noites sem dormir, dos choros, dos momentos de alegria e de tristeza… Saudades eternas”.
A sessão do Tribunal do Júri está prevista para continuar durante a tarde, e a expectativa é que a sentença seja proferida ainda hoje.
Além de Bruno Poerschke Vieira, outros três Promotores de Justiça – Fabrício Nunes, Douglas Dellazari e Júlio André Locatelli – também desempenham papéis fundamentais no processo em plenário.