As autoridades descobriram mais de 20 milhões de senhas e logins em posse do grupo.
Um adolescente de 16 anos, residente em Blumenau, está sob suspeita de ser membro de uma quadrilha de jovens hackers que operava um esquema de roubo e venda de senhas de instituições governamentais de destaque, incluindo a Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Federal, Exército, Ministério Público e Tribunal de Justiça. As autoridades descobriram mais de 20 milhões de senhas e logins em posse do grupo.
As revelações sobre as investigações e os detalhes do processo foram divulgadas durante uma reportagem no último domingo, dia 24, pelo programa “Fantástico”. No entanto, não foram divulgados detalhes sobre a função específica do jovem de Blumenau no grupo ou se ele já foi detido pelas autoridades. Além do adolescente de Blumenau, a polícia conseguiu rastrear outros membros da quadrilha em diferentes localidades, incluindo São Paulo, Bady Bassitt, Jaciara (Mato Grosso) e Curitiba (Paraná).
A investigação teve início após um fato relacionado a um pedido de delivery de comida em São Paulo, onde o receptor do pedido não coincidia com o pagante. A Polícia Civil de São Paulo iniciou uma investigação que, eventualmente, levou à descoberta da quadrilha de jovens hackers, que tinha como alvo sites de órgãos governamentais em níveis federal e estadual.
De acordo com o delegado responsável pela investigação, Adriano Pitoscia, o grupo vendia informações de logins e senhas desses sites a preços que variavam de R$ 200 a R$ 1 mil, visando lucro financeiro.
Foi revelado que a quadrilha era composta por três jovens adultos e dois adolescentes, que se conheceram por meio do aplicativo de conversa na internet Discord. Utilizando servidores em nuvem para armazenar suas operações, o grupo criava conexões fantasmas, tornando mais difícil o rastreamento de suas atividades pelas autoridades.
A investigação apontou que o esquema foi orquestrado por um adolescente de apenas 14 anos, que afirmou ter desenvolvido o programa de computador que permitia o acesso aos sites por mera curiosidade.
Em comunicados, o Tribunal Regional Federal da 3ª Região, Ministério Público, Tribunal de Justiça, Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, Exército e Polícia Federal afirmaram que tomaram medidas para evitar futuras ações desse tipo e que seus sistemas de segurança são constantemente aprimorados, enfatizando que não foram efetivamente invadidos.9
Por sua vez, o aplicativo Discord emitiu uma nota declarando que adota uma política de tolerância zero em relação a atividades ilegais e que toma medidas rigorosas, incluindo a remoção de conteúdo, proibição de usuários e cooperação com as autoridades sempre que detecta atividades suspeitas em sua plataforma.