Ginecologista explica quais as possibilidades de um caso como esse se repetir
Uma idosa de 81 anos teve uma descoberta chocante ao ser admitida no Hospital Regional de Ponta Porã, no sul de Mato Grosso do Sul, devido a dores abdominais. Os médicos suspeitaram que ela carregava o que chamaram de um “bebê de pedra” em seu abdômen há 56 anos, desde sua última gestação.
Após realizar uma cirurgia para a remoção do feto calcificado, infelizmente, a idosa veio a falecer.
A mulher foi internada em 14 de março deste ano devido a uma infecção grave. No mesmo dia, uma tomografia revelou a presença do feto calcificado em sua região abdominal.
A equipe médica, ao se deparar com a situação, realizou uma cirurgia de emergência para a retirada do feto. Após o procedimento, a idosa foi transferida para uma UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) e morreu na última sexta-feira (15).
A idosa veio morreu devido a complicações de uma infecção generalizada, desencadeada por uma infecção urinária, como informado pelo secretário municipal de saúde de Ponta Porã, Patrick Dezir.
De acordo com o secretário, a idosa residia em Aral Moreira, localizada a 84 km de Ponta Porã. Inicialmente, ela estava sendo tratada por uma infecção urinária em sua cidade natal.
No entanto, devido à piora de seu estado de saúde, foi necessário transferi-la para o Hospital Regional da cidade vizinha. Lá, a equipe médica inicialmente suspeitou de um quadro cancerígeno.
Bebê de pedra
Para a ginecologista Renata Maas dos Anjos o caso é raríssimo. Ela explica que muito provavelmente a causa da morte da idosa não foi o feto calcificado e que, se tivesse causado uma infecção, teria causado há 56 anos atrás.
“Uma gestação fora do útero é bem grave, mas parece que o corpo dela reorganizou e deu jeito”, explica a médica.
O caso do “bebê de pedra” é considerado uma ocorrência rara de gestação ectópica, que ocorre quando um óvulo fertilizado se implanta fora do útero e o feto é envolvido por depósitos de cálcio.
Fonte: ND+